Nas caixas de recordações da minha sogra, Valderez, tem duas folhas de papel bem escurecidas com o seguinte registro nas costas. 1956. Homenagem à minha mãe. Conversando com ela, soube que são um rascunho de algo que copiou num papel bonito e enfeitou artisticamente para dar de presente para sua própria mãe no Dia das Mães.
Posteriormente, o texto já foi lido em reuniões de mulheres e em igrejas, como também publicado—mas ela não lembra mais onde… De certo, a sua própria mãe se sentiu valorizada pelas palavras da filha, então com 32 anos.
A mãe da Dona Valderez era chamada de “Mocinha”. Casou-se aos 16 anos com um pastor viúvo, da Igreja Congregacional, que já era pai de três crianças. Teve doze filhos, dos quais sete sobreviveram a infância. Destes, a minha sogra nasceu primeiro.
Já que está chegando o Dia das Mães, vou postar a homenagem. Creio que será apreciada pelos mais velhos entre nós que se lembrarão da literatura da sua época, quando se fazia paralelos quase poéticos entre as belezas da natureza e as excelentes qualidades dos seres humanos. Aqueles que são mais jovens poderão refletir sobre a influência que receberam da sua mãe, e o efeito que estão tendo ou ainda terão sobre seus próprios filhos.
Mãe
Os doces acordes de um violino, o belo despertar de um dia, um rubro pôr-do-sol, os gorjeios dos pássaros, jangadas de velas soltas, ao vento, o azul e o verde do mar, as noites estreladas, a luz bruxuleante da lua, as belas paisagens, o desabrochar das flores, o murmúrio das águas, o aconchego do lar, a fé, o amor, a esperança, a coragem, a altivez, a bondade, a beleza, todas as cousas sublimes da vida, mãe, fazem-nos lembrar do teu santo e puro amor.
Mãe querida, tu nos ensinaste a amar a Deus. Derramaste pedaços de tua alma em nós quando, nos embalando, cantavas os mais belos hinos de louvor ao Criador. Suavemente cantavas e as palavras se infiltravam em nosso ser, despertando a nossa fé.
Foste exemplo de renúncia, de sacrifício, por amor aos filhos. Obrigada, minha Mãe. Obrigada pelos cuidados que tiveste, pelas noites insones, velando pelo filho doentinho, pelos carinhos, conselhos e castigos. Obrigada pelo teu exemplo de fé, de perseverança e lealdade. Obrigada por tudo quanto és.
E um dia, Mãe, lá no Céu, verás transformadas em diademas todas as lágrimas que choraste, na batalha cruel que enfrentaste do bem contra o mal.
Missão admirável a tua, mulher que se desdobra em mil atividades diversas – és juiz, és médico, és advogado, és amiga, és mestre, és financista, és governante e és anjo, porque és Mãe.
Valderez S. Portela
Valderez
Li com doce alegria a mensagem à sua mãe.No desenrolar da mesma lembrei muito de meu pai que usava uma literatura poética como a sua.Abraços Isia
VALDERES VEM PARA ARAGUAINA SOU GABRIELA QUE EU TIREI FOTO COM VOÇE MINHA MAE SE CHAMA SE RAQUEL POR FAVOR RESPONDA
Valderez: Nesta semana busquei e rebusquei algo que pudesse passar para as mães de minha SAF no próximo domingo. Onde procurei, não encontrei. Caiu em minhas mãos, hoje, esta linda e preciosa crônica que, encerra em palavras, certas, rebuscadas, diretas e objetivas o significado do ser mãe.
Eis, que ao lê-las, falei para mim mesma: Tudo que eu queria está aqui neste texto. É este que passarei para as mães domingo que vem, dia 12.05.13. Nele se encontra até um desafio para as mães atuais, para que possam meditar na sua posição de mãe e se perguntar: “Estou sendo esta mãe?” Quem sabe muitas mães surgirão ou ressurgirão a partir da leitura ou do ouvir esta mensagem. Parabens, Valderez, pela filha que você foi reconhecendo os valores de sua mãe e pela mãe que você é, tendo absorvido e refletido tudo quanto nele está contido.
Mamãe está contente, Darice, que você achou útil o que ela escreveu. Mas diz que está maravilhada que você não encontrou nada melhor. Que Deus a abençoe neste domingo. Abs, Betty