Arquivo de janeiro de 2007

Novo Ano—Novos Começos, Tempo da “Faxina Anual”…

29 de janeiro, 2007

2007. Antes de chegar ao fim de janeiro, quero compartilhar uma espécie de febre que sempre me aparece no início deste mes — o primeiro do ano — aquele dos novos começos e resoluções. No meu caso, depois das festividades do fim de dezembro, me dá vontade de limpar, arrumar, re-organizar… Chega a hora de guardar a árvore, as decorações, os cartões, o papel, os laços… E, mais ainda, os presentes—especialmente, porque meu aniversário também foi em dezembro. É lá vou eu, esvaziando e ajeitando guarda-roupas, cômodas e armários, para acomodar tudo que recebemos.

Uma vez que começo, parece não ter mais fim. Primeiro vem os produtos de beleza. É impressionante como consigo juntar um monte de produtos que não servem para mim ou para meu marido (ou que são deixados para trás por nossos filhos ou parentes ou pelos hóspedes que passam por nossa casa–e eu sou bem simples—quase tudo que uso pode ser encontrado na farmácia da esquina!) O local dos produtos de beleza e higiene pessoal está encostado ao das sobras dos remédios. Então vejo as validades deles e procuro criar espaço para os novos que certamente virão. Aí vem um amontoado de caixinhas e vidrinhos, guardados porque “ainda podem servir para alguma coisa”… E as centenas de sacolas de plástico e de papel… Depois vêm as roupas. E lá vou eu, examinando, testando, avaliando, lavando, remendando, redobrando. Ao meu lado, fica uma caixa que vai se enchendo, pouco a pouco. Sobra uma satisfação dupla—tanto por ver o ambiente limpo e organizado, quanto pela oportunidade de alegrar outras pessoas com as coisas que nos são supérfluas ou inúteis.

Quando eu era menina e moça, numa fazenda no Canadá, algo parecido acontecia na primavera.

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Eu, Escritora? – Resgatando a memória de como me tornei o pesadelo de editores…

26 de janeiro, 2007

Nunca pensei em ser escritora (pelo menos como pessoa adulta—me vem à memória agora um romance inacabado no qual gastei algumas semanas de férias enquanto mocinha). Nunca me passou pela cabeça oferecer algo que havia escrito a uma editora. Nunca sonhei em ver meu nome postado junto a um artigo numa revista. Até hoje, sou o pesadelo dos editores que me pedem uma contribuição, pois os fluidos criativos só parecem correr no meu cérebro quando todos os prazos estão prestes a estourar. É só nestes momentos que consigo me sentar e me dedicar ao acabamento (e enxugamento!) daquilo que já rascunhei.

Minha vida, de fato, é cheia de outras atividades. Muitas vezes, isto me frustra porque adoro o processo de escrever—tanto criando quanto aperfeiçoando. Por outro lado, creio que a interação mental e emocional com aquilo que acontece no meu dia-a-dia é o que alimenta esta veia criativa. Se não estivesse trabalhando e lutando, não teria do que falar. Talvez seja um problema de muitos escritores. Quando finalmente conseguirmos tempo e sossego, não temos mais nada a dizer. Assim, continuarei “roubando” minutos e horas preciosas de outras coisas que também são prioritárias.

Mas como aconteceu então? Como foi que iniciou-se minha “carreira” como “escritora”?

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Eu, Blogando? Reflexões sobre a Timidez e a Aventura de Entrar na Blogosfera.

20 de janeiro, 2007

Sempre tenho preferido ficar bem longe dos holofotes. Das pessoas que têm lido as minhas crônicas na revista feminina (SAF em Revista) da nossa denominação (IPB) ou as lições nas revistas de Escola Dominical (como Filhos Adultos no Lar, Lidando com a “Terceira Idade”, Pai, posso ir ao Show?), poucas sabem quem eu sou. Fora dos meus escritos, minhas contribuições presenciais, quase sempre, tem sido em nível de família, escola e igreja local ou acompanhando meu marido, Solano, quando ele sai para falar ou pregar em algum lugar. Sempre tenho sido tímida, aceitando aparecer ou liderar apenas quando for intimada ou empurrada. Quando necessito falar em público, perco noites de sono, me preparando, preparando…

Por que isto?

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Pensando com meus Botões

13 de janeiro, 2007

Que é o homem, que dele te lembres…? Fizeste-o… por um pouco, menor do que Deus… Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste. — Salmo 8.4-6

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– Dona ‘Bel, porque a senhora nunca usa esta blusa? Ela é tão linda!
Isabel levantou os olhos do texto que estava digitando e examinou a roupa nas mãos da Áurea.
– Toda vez que guardo as roupas, vejo ela lá no canto.
– Hum… Ah, já sei. É por causa das mangas. Só percebi depois de comprá-la que a blusa foi feita para usar com abotoaduras. Neto tem algumas, mas são enormes. Esta blusa pede algo bem delicado, você não acha?
Áurea concordou e ambas retomaram seus afazeres. Mas, logo depois, ela voltou, trazendo consigo uma caixa. – D. ‘Bel. ‘Tive pensando. Que tal fechar uma das casas e colocar um botão? Isabel sorriu meio sem jeito. – Áurea, nunca pensei nisto! E é uma solução tão simples! Deixe aqui de lado. Vou procurar dois botões bem bonitos.

Naquela noite, Isabel sentou-se com a blusa no colo.

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