Arquivo de maio de 2008

A Minha Vida Ficou Mais Florida (9)

5 de maio, 2008

Seguem porções de mais uma “história florida” da minha sogra, Valderez Sena Portela.


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Enfeitando o Colégio, Eternizando Amizades

Quando cheguei ao “Agnes” no Recife, em 1939, eu já conhecia o Colégio de longe, pois a minha irmã Abigail estudara alí. (…). Eu o achava lindo, com a sua imponente fachada, e seu edifício principal plantado no meio de um jardim imenso, com suas fileiras e palmeiras imperiais, ladeando os canteiros de belas flores — miosótis, roseiras, bambus, papoulas, resedás, dálias, verbenas, gérberas, gladíolos brancos, vermelhos, amarelos e até azuis! Aqui e ali haviam estátuas da mitologia grega. Creio que estas me faziam lembrar a necessidade de estudar, com afinco, a literatura da Grécia… Havia, também, a estatueta de um enorme sapo com um repuxo d’água que o banhava e a derramava num canteiro onde ele estava — agora já estava velho e muito feio… Servia apenas para as meninas mais afoitas encarapitarem-se nele, e tirarem suas fotos. Um grupo fazia um triângulo formado de moças risonhas, lindas. (…)

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Eu Amo Mitford (2)

3 de maio, 2008

Numa postagem prévia, contei que compartilhava a minha paixão pela leitura da Série Mitford com uma amiga, agora falecida, a Wanda de Assumpção. O meu respeito por Wanda começou com a leitura dos seus livros. Escrevi para ela quando fiz uma resenha do Conte Comigo para a revista acadêmica Fides Reformata (em 1999). Mas era exatamente na época em que ela mudou de casa e minha carta nunca chegou ao destino (e nem voltou!) Eu apenas soube disso quando ela mesma tomou a iniciativa de escrever para mim, em fevereiro de 2004, depois de ler a crônica “Não Batam no MEU Ladrão!” na revista das mulheres presbiterianas. Eu respondi e logo descobrimos uma grande empatia. Teclamos sobre muitos assuntos ao longo de três anos, mas, especialmente, sobre aconselhamento de mulheres e a arte de escrever.

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Resolvi procurar entre os e-mails arquivados no meu computador para descobrir comentários ligados a Mitford nas nossas trocas de correspondência. Penso que as observações e reflexões dela possam complementar o meu declarado fascínio por estas histórias. Escrevemos muito sobre o que é literatura, o dom da boa escrita, conteúdo e forma, etc. Talvez, mais à frente, eu poste algo a partir das nossas conversas relacionadas com esses assuntos, mas, no momento, vou me limitar a Mitford, mesmo.

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A Minha Vida Ficou mais Florida (8)

1 de maio, 2008

Do mesmo modo que “Mamãe” era sensível à beleza, ela também se impressionava com a falta dela. Segue a descrição de uma fazenda chamado Mamulengo e como seu pai transformou a casa feia, que não tinha beleza alguma, meio escura e sombria, que respirava a coisas velhas, e que ficava abafada, numa boa e agradável morada. Nesta narrativa, a natureza e proximidade das plantas existentes não alegravam. Em vez disto, contribuíam para o mal-estar dos habitantes…

Mamulengo

Meu Pai comprou uma antiga fazenda de café situada entre Pirauá e Serra Verde. O nome da fazenda era “Mamulengo”. (Mamulengo significa um teatro de bonecas).

Tudo lá respirava a coisas velhas, do tempo do Império, de quando ainda havia escravos. Disseram-nos que a Casa Grande fora construída por braços dos escravos e já existia há mais de um século. Não sei se isso e as lendas que corriam eram verdadeiras ou não. Só sei que a casa não era construída com tijolos, mas com barro, uma casa daquele porte toda feita de taipa… A espessura das paredes era, de mais ou menos, meio metro!

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