(Acompanha o Artigo: Eu sou do meu Amado, e o meu Amado é Meu)
Eu sou feliz.
Ostento um novo anel
na minha mão
Prata e ouro,
lado a lado vão
Testemunhando a nossa união.
Vinte e cinco anos,
e ainda sou feliz.
A juventude se foi,
a beleza também.
A saúde diminui,
não vejo mais bem.
Mas não estou chorando,
nem lamentando.
É um privilégio
continuar caminhando
Com você,
com Deus nos guiando.
Fui à procura das lembranças
Do tempo em que nos casamos.
Olhei os álbuns que guardamos.
Assinaturas e imagens
de amigos e parentes.
Convite, cerimônia,
a lista dos presentes.
Utensílios e móveis,
balança de banheiro,
Toalhas e lençóis,
louças e dinheiro.
Vi que o tempo
não os poupou.
Além de nós mesmos,
muito pouco sobrou.
Só alguns enfeites e objetos
que pouco usei;
Mas saleiros e pimenteiros,
aos montes encontrei.
E foi na contemplação
do jogo feito de cristal
Que vi a comparação
com nossa vida conjugal.
As tampas refletem
nossas bodas de prata.
Do cristal transparece
o que sonhamos nesta data.
O alvo deste saleiro
é o que me representa.
O escuro pimenteiro
com você aparenta.
Eu canadense, você brasileiro
Eu saleiro, você pimenteiro.
Um ao outro complementa,
Somos um par que representa
o sabor do divino amor.
Eu era a loira; você, moreno.
Eu preocupada; você, sereno.
Eu, da fazenda; você, urbano.
Eu do norte; você, sul-americano.
Eu era simples, você sofisticado.
Eu retraída, você animado.
Eu nervosa, você equilibrado.
Eu emotiva, você ponderado.
Eu do frio, você do quente.
Eu medrosa, você valente.
Eu sonhadora, você realista.
Eu conformada, você ativista.
Você do sul, eu do norte.
Eu mais fraca, você mais forte.
As pessoas olhavam
Será que vai dar?
Aqueles dois
Deveriam ser par?
O tempo foi passando.
Fomos juntos andando.
Você liderando, eu acompanhando.
Lado ao lado continuamos ficando.
Betty e Solano. Solano e Betty.
Sou Betty de Solano. Você Solano de Betty.
Você é meu marido. Mas também meu irmão.
É este o segredo da nossa união.
Qual o segredo? Por que estamos contentes?
Pois, apesar de sermos tão diferentes
Somos felizes, porque nós somos crentes.
Somos filhos do mesmo Deus,
guiados na mesma direção,
pela divina mão,
com luta e oração.
Na salada da nossa vida
Teve vez que o sal faltou.
Teve hora que a pimenta exagerou.
E momentos em que a comida estragou.
Às vezes a sopa salgada ficou.
A carne tão dura que nem a pimenta agüentou.
Então voltamos ao livro de receitas.
E algumas comidas deliciosas foram feitas.
O despenseiro divino
esteve sempre aí.
Mostrando receitas saborosas
pra você e p’ra mim.
Eu canadense, você brasileiro
Eu saleiro, você pimenteiro.
Com você, precioso parceiro
Eu quero ser, salpimenteiro.
Para juntos sermos UM só tempero
Espalhando o sabor do divino amor
Elizabeth Zekveld Portela (09-06-98)
Publicado em SAF em Revista, 3º Trimestre / 2005
Lindo demais.
Levarei como exemplo para o meu casamento.
Estou com 10 anos de casado e seguindo no mesmo caminho.
Gostei muito da expressão e da idéia “Eu quero ser, salpimenteiro…”
Deus abençoe o casal.
Que lindo Betty!
Como é bom ser feliz, e melhor ainda, reconhecer e saborear essa felicidade!
O segredo está em saber aprecisar esses maravilhosos detalhes que Deus usa especialmente para temperar a nossa vida!
Desejo a vocês muitas felicidades sempre!!!
Beijos,
Wanessa
Que lindo esse poema, nunca me canso de ler…..
Nossa, que lindo! Deus abençoe sempre!
adorei o poema!
Lindo e profundo…
Lindo Beth, lindo e profundo mesmo. Você escreve muito bem devia juntar seus escritos em um livro. 08 de maio de 2013.
Beth, que lindo poema! Que Deus continue abençoando e temperando essa bonita união! Bjo! Quem sabe um dia poderei escrever assim, tão lindo e tão bem!
Ana Regina, você já escreve bem! E já está se aventurando na comunicação por escrita, via seu blog. Continue elaborando e mesclando conteúdo com forma e originalidade. Abs, Betty
Perfeito. Deus continue abençoando todos vocês
Beth, que delícia ler sua poesia, tão linda e inspiradora. Que o bondoso Deus continue abençoando vocês, tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão parecidos. Bjs