Logo Pego no Sono…

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Tenho pensado bastante ultimamente na maravilha do sono. Especialmente nos dias em que ele me falta… Estou convivendo agora com duas pessoas idosas (meus sogros) e meu marido e eu também estamos entrando nesta faixa. Parece-me que os efeitos colaterais do “não-dormir” ficam muito mais evidentes nesta fase da vida realçando, portanto, o contraste com o ideal do sono tranqüilo e prolongado do qual desfrutamos mais no passado, quando ainda dormimos como uma criança…

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(Nosso filho caçula revirou os antigos albuns de fotografias atrás de imagens para colocar na apresentação de data show que irão mostrar na recepção do casamento dele, em junho, Deus permitindo. Veja quantas vezes registramos como ele se rendeu ao sono em lugares e posições inusitadas, enquanto acompanhava a família nas programações e festas dos irmãos mais velhos).

Eu, frequentemente, me deito com dor nas pernas ou nos pés. Se eu dormir bem, amanheço inteiramente sem dor, disposta para enfrentar tudo e todos. Enquanto eu estava “apagada”, meu cérebro trabalhou silenciosamente, enviando milhares ou milhões de mensagens, reparando e restaurando, aproveitando meu descanso para poder focar no funcionamento da parte interna do meu corpo.

Se eu dormir mal ou muito pouco, já levanto gemendo ou, pelo menos, cambaleando… Sonolenta, desanimada… Meu sono não foi restaurador e isto me prejudica; sinto-me entrevada e limitada durante grande parte do dia. Felizmente, estou numa fase da vida em que dormir tarde ou pouco é uma opção e não uma necessidade. Eu só preciso aprender a optar menos por este mau hábito de escrever e ler no meio da noite.

Hoje, enquanto secava e ajeitava os meus cabelos, fiquei folheando a revista VEJA desta semana (23 de janeiro de 2008, Edição 2044, ano 41, nº 3). Parei numa reportagem sobre sono e insônia no setor Saúde, pela mesma pessoa que escreveu o artigo sobre a “perna inteligente” que comentei algumas semanas atrás. http://www.cronicasdocotidiano.com/?p=156

Esta se intitula “De Olhos bem Fechados” e fala de uma nova classe de remédios que ajudará você a dormir melhor. Eu raramente presto atenção aos nomes das pessoas que escrevem nas revistas, mas já percebi que a Adriana Dias Lopes é uma pessoa com uma bagagem cultural bastante grande (ou tem assessores muito capacitados) que sabe escrever bem. Não tenho noção da sua religião, mas quando ela fala sobre os “avanços da ciência”, quase toda vez ela me leva (provavelmente inadvertidamente) a apreciar e admirar o Criador dos seres humanos, meu Pai celestial. Sempre me vem à mente o texto do Salmo 139—Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.

Já várias vezes tenho percebido que as descrições desta autora dos esforços para remediar problemas físicos acabam enfatizando a sintonia, beleza e perfeição do corpo humano… Isto porque, para explicar o tamanho do desafio enfrentado pelos cientistas, ela precisa salientar a complexidade das funções das partes envolvidas… Via de regra, o alvo dos cientistas que ela cita é de alcançar aquilo que já existe—o que chamam de “natural”. Eles se empenham em imitar, copiar, clonar…

Portanto, toda vez, tenho pena das pessoas que insistem em acreditar que aquele órgão ou atributo maravilhoso, que lhes serve como parâmetro e meta nas suas pesquisas e experimentos, surgiu aleatoriamente. Para eles, apareceu, e integrou-se com outros órgãos e atributos para formar um corpo humano perfeito e sintonizado. Tudo isto sem a iniciativa, participação ou acompanhamento de um ser inteligente e poderoso, o Deus revelado na minha Bíblia.

A Sra. Adriana começa resumindo algo que atribui a Immanuel Kant (mas creio que ele, no seu livro Crítica do Juízo, realmente estava citando e complementando Voltaire quando este disse “os céus nos deram…”—). De qualquer jeito, ela resume o pensamento assim: a humanidade havia sido abençoada com a esperança, o riso – e o sono. Abençoada… É um termo que, no seu uso mais comum, remete ao favor divino, a algo que tem procedência sobrenatural. Querendo ou não, a lógica do ser humano pede uma fonte para aquilo que existe e quando Adriana utiliza as palavras deste(s) senhor(es) dos tempos idos para introduzir a importância do sono para a raça humana, ela acaba indicando que aquele sono que todos almejam e apreciam, se originou no sobrenatural.

Sinta comigo, através das palavras dela, como é maravilhoso e importante o nosso sono—este período em que ficamos “de olhos bem fechados”. E como é complexo e ainda, em grande parte, incompreensível e indecifrável!

… saiba que há centenas de cientistas nos laboratórios de biologia molecular e neuroquímica tentando encontrar uma forma de fazê-lo voltar à paz com o travesseiro. Haja trabalho: uma noite repousante é resultado da sintonia entre, pelo menos, uma centena de reações químicas…

…. Apesar do refinamento do arsenal químico contra a insônia, a medicina ainda não conseguiu desenvolver uma substância capaz de proporcionar uma noite de descanso semelhante à natural. O sono é constituído por quatro fases bem distintas que se alternam em até seis ciclos durante a noite. “Trata-se de um mecanismo tão complexo que dificilmente chegaremos a uma única substância capaz de intervir em todas essas etapas.”… Há que levar em conta que os detalhes do processo do sono não foram completamente desvendados pela medicina.

A Sra. Adriana compartilha que um novo remédio promissor, que ajudará, mas ainda não resolverá por inteiro o problema da insônia, deverá chegar ao mercado em 2011. … E ela conclui, referindo-se à citação inicial de Kant: O que conta é que o sono seja restaurador. É ele que esperança, faz rir e, ao final, leva a que se tenha mais sono.

Aprendemos, portanto, que as mentes humanas (ainda) não conseguem alcançar os pormenores e propriedades do processo do sono com o qual Deus nos abençoou. Existem centenas de cientistas se esforçando. Estão progredindo no refinamento do arsenal químico que eles inventaram. Ainda assim, o sono que o cérebro de cada um de nós foi programado por Deus a produzir, quando deitamos e fechamos os olhos na presença da sintonia dos fatores e reações químicas que Ele idealizou, continua sendo um enigma, um mistério—os detalhes do processo não foram completamente desvendados pela medicina.

E nem falamos dos sonhos! Aquele fantástico universo paralelo e intangível que se desenrola no nosso inconsciente toda noite, onde personagens e episódios do passado e do presente se mesclam. Onde, em poucos minutos (ou será segundos?), a memória e a imaginação (mais dois elementos misteriosos na nossa constituição) se encontram, para juntamente tecerem enredos. Enredos que, no mundo dos acordados, levariam muitas pessoas, e muitos dias, para conceber e realizar. Parece que os sonhos são necessários para que não fiquemos inteiramente “baratinados” com todos os estímulos e experiências que acumulamos durante o dia.

Acordo, às vezes, em meio a um sonho e fico intrigada com a complexidade da trama da história que estava “vivendo”. Fico atônita com a precisão do meu raciocínio no momento em que fui despertada. Fico fascinada com a maneira exata em que me encontro articulando minhas idéias—de modo muito melhor do que na vida diurna onde eu, como escritora, passo muito tempo burilando e polindo as frases até que expressem exatamente aquilo que tenciono dizer.

E a insônia? E o pesadelo—o mau-sonho? São a-normalidades que vêm para todos nós, em maior ou menor grau. Os nossos corpos vão se envelhecendo, perdendo a sintonia entre as partes e o seu vigor. As nossas mentes vão se enchendo com experiências tristes e imagens deturpadas que começam a povoar os nossos sonhos. O que era normal, não é mais.

Muitas vezes, sofremos de noite por razões fora do nosso controle. Mas podemos padecer também como conseqüência dos nossos excessos ou de vidas desregradas — vidas em que não respeitamos o nosso Criador e em que optamos por encher os nossos corpos e mentes com impurezas. Angústias, temores, frustrações, remorsos e situações mal resolvidas podem afastar o sono e não é à toa que Paulo nos ensina: não se ponha o sol sobre a vossa ira (Efésios 4.26).

Quero me empenhar para ter “uma boa noite de descanso”, cuidando da minha saúde física, mental e emocional. Quero me esforçar para poder “sonhar com os anjos”, evitando lugares, hábitos, atitudes e ações promovidas pelos demônios. Afinal, a frase que se segue à instrução para resolver as desavenças antes do por-do-sol diz: nem deis lugar ao diabo. Assim, quando me deitar, procurarei repetir o que o Davi disse no Salmo 4: Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.

Chegarão horas em que poderemos precisar lançar mão destes recursos medicinais que os cientistas estão desenvolvendo. Daremos graças a Deus por permitir ao ser humano um entendimento um pouco melhor do funcionamento da estrutura química do corpo com o qual Ele nos presenteou, quando nos abençoou com o sono e com o sonho.

Prezada amiga ou irmão que estiver lendo este blog, louve e ore a Deus comigo com mais algumas palavras de Davi no Salmo 139: Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe…. Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.

… Sonda-me, o Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. Vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

Durma bem… Bom descanso, e bons sonhos… ☺
Betty

2 Comentários a “Logo Pego no Sono…”

  1. Darius disse:

    Realmente interessante como o nosso corpo é tão complicado. Bom post mãe. 🙂

    Como as fotos acima demonstram, eu já aperfeicoei a arte de dormir faz muito tempo…

  2. renata disse:

    Muito interessante seu blogg.
    Em pesquisa da palavra “cotidiano”, encontrei muitos q abordam o assunto. O meu fala deste assunto de forma diferente.
    Muito bom ter este espaço para expressarmos nossas ideias e nosso cotidiano.

    Renata Alambert

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