Amanhã, além do Dia do Senhor, vamos celebrar o Dia das Mães. Isto, é claro, me faz recordar a minha mãe. No fim de julho, já serão 20 anos que ela partiu. E falta pouco mais de um ano para eu chegar à idade que ela tinha na nossa despedida. De certo modo, era nova ainda quando faleceu… Nunca chegou a ser legalmente classificada como idosa…
Três Gerações, Gertrude, Betty, Grace (1983)
Quando morávamos em Recife, a igreja tinha um costume. No dia das mães, senhoras da auxiliadora ficavam na porta, distribuindo cravos. Cravos brancos para as pessoas cuja mãe já era falecida. Cravos vermelhos para mãe viva. Eu sempre pregava o vermelho no peito, alegremente, imaginando que faria isto por muitos anos ainda. Afinal, até as minhas avós continuavam vivas.
Não morávamos mais em Recife na primeira vez que celebrei o segundo domingo de maio depois do seu falecimento. Lembro-me de ter visualizado mentalmente a ação de escolher e colocar o cravo branco. Estava feliz, por um lado, por não ter que fazer isto de fato. Estava triste, por outro lado, por não poder externar a minha saudade. Mas eu tinha quatro filhos me homenageando do seu jeito infantil. E possuía uma maravilhosa sogra que, há anos, me tratava como filha….
Pulemos vinte anos até esta semana, quando minha sogra e eu estávamos vasculhando os nossos álbuns fotográficos para enviarmos fotos nossas—como mães com nosso(s) filho(s) quando pequeno(s)— a alguém da igreja que está montando uma apresentação no data show. E, é claro, examinamos muitas outras fotos também, e recordamos, e explicamos as situações uma à outra, e sorrimos…. Aí apareceu uma foto do meu marido com uma moça num acampamento da igreja. Uma “quase” namorada, mas que morava longe demais para que o relacionamento tivesse ido p’ra frente. Graças a Deus!
E fiquei pensando. O que foi que meu marido viu em mim há quase 40 anos atrás? O que fez com que ele fosse atrás de mim em vez de buscar outras moças que o cercavam—algumas das quais até expressaram sua frustração com isso, posteriormente. Eu tinha quase 18 anos. E ele 22. Ele já estava no terceiro ano da faculdade. Eu estava apenas chegando—uma moça relativamente bonita (mas sem consciência disto—porque acreditava que era alta e magra demais) mas também séria, reservada e tímida. Mas ele resolveu que queria me conhecer melhor, me convidou para um “formal dinner”— um jantar de gala—e logo-logo estávamos namorando; certos, desde o começo, que tínhamos encontrado a nossa “outra metade,” apesar das diferenças (ver aqui).
Hoje me pergunto—quanto daquilo que ele constatou e gostou em mim (além da aparência) foi resultado direto da influência da minha mãe? Do exemplo dela? E quanto daquilo que eu constatei e gostei nele foi resultado direto da influência da mãe dele? Do exemplo dela? (Mas hoje não vou falar da Dona Valderez—afinal, ela tem sido homenageada nas minhas últimas postagens e também em outros lugares deste blog, como aqui e aqui).
Já que continuo lendo a série Mitford (ver aqui ou aqui), me identifico diariamente com o relacionamento entre o casal principal—Reverendo Tim e a Cynthia. Eles se amam de verdade e encontram muitas maneiras simples, mas verdadeiras de demonstrar isto. Alcançam sintonia, harmonia, empatia e afinidade, em meio a circunstâncias que, às vezes, são adversas ou turbulentas. Em situações que podem frustrar ou desanimar, eles sabem que têm de agir e reagir em termos do nós (e dos outros) e não apenas de acordo com o eu (o que vem automaticamente). No original inglês, Reverendo Tim se lembra de alguém que lhe ensinou que o problema central do “sin” (pecado) é o “I” (a letra do meio da palavra, que também, em inglês, significa EU). Portanto, todo pecado (e problema relacional) acaba começando com egoísmo, com o foco primária ou exclusivamente no “eu”. Fico até curiosa em saber como o tradutor da série lidou com isto…
Como eles, nós experimentamos esta satisfação, este contentamento, como casal, eu e meu marido. Mas este estado no nosso relacionamento não é algo automático. De certa forma, é facilmente alcançado no começo (ai de quem não tiver isto, no estágio eufórico do namoro e casamento, no início!). Entretanto, não é tão facilmente mantido, quando as exigências e necessidades do dia-a-dia nos levam a circunstâncias frustrantes, irritantes, tristes ou até desoladoras. Quando parece que nunca mais vamos superar o cansaço que sentimos. Quando o período em que vivíamos alegres e esperançosas de dias ainda melhores e deslumbrantes (namoro, noivado, formatura, casamento, o primeiro emprego, o primeiro lar, o primeiro filho…) se transforma numa mesmice em que até os momentos ansiados e cobiçados ameaçam custar esforço demais para valerem a pena. Quando vem o tempo que muitos acabam pensando, precipitada e inadequadamente, que a única solução para ser feliz é romper com aquilo, abandonar tudo, começar de novo…
Como posso resumir agora o que foi que minha mãe me ensinou? Mais até pela vida, talvez, do que pelas palavras. Pois muito do que ela fazia vinha automaticamente—passado até de geração a geração—da sua mãe, das suas avós e tias, das senhoras com quem conviveu enquanto crescia. São tantas as coisas que me vêm à mente. Quais são as virtudes que eu já havia assimilado dela, quando meu marido me conheceu? E quais foram aquelas que fui procurando emular e adquirir ao longo do tempo?
Existem também coisas que fomos descartando. A nossa compreensão do ensinamento bíblico a respeito do relacionamento conjugal foi sendo aprimorada. Continuamos convictos de que temos que seguir o plano de Deus para o marido ser o líder e responsável nas decisões maiores, especialmente na área espiritual, mas entendemos, igualmente, que essa é uma postura muito mais lado-ao-lado, mais horizontal. A minha capacidade intelectual foi mais desenvolvida (estudei e aprendi muito mais do que minha mãe) e, portanto, a minha capacidade de completar meu companheiro nesta área também é maior. E ele aprendeu a ser mais sensível e aberto aos meus desejos e possibilidades (tanto dentro quanto fora do lar) do que a maioria dos homens da geração anterior e até da atual.
Ele se encaixa bem com o que respondi, ontem, a alguém que me escreveu sobre a mulher de Provérbios 31. Sou bem longe do exemplo de Provérbios 31, mas, realmente, podemos aprender muito com ela. E os maridos também, pois os esforços desta mulher, apesar de serem FOCADOS no andamento do seu LAR, não são LIMITADOS a este. Creio que a situação das famílias do mundo evangélico de hoje seria diferente e melhor se os homens cristãos tivessem percebido e ensinado isto nas gerações anteriores, concedendo às suas esposas condições e incentivos para lhes “completar” e servir a Deus conjunta e individualmente, de outras maneiras também–sendo ambos sal e luz num mundo que precisa desesperadamente de exemplos de equilíbrio e amor.
Então, minha mãe viveu nesta geração anterior, como uma verdadeira “Amélia”. Entretanto, contrário ao que muitos possam imaginar, ela não foi infeliz e raramente transmitia insatisfação, descontentamento ou aversão à sua situação. Deus deu adaptabilidade à sua vida em situações, por vezes adversas e até mesmo injustas. Fez do lar sua missão, sua profissão, sua carreira…. Sua alegria, seu propósito de vida, seu ministério... Abençoando marido e filhos e qualquer outra pessoa que cruzasse o seu caminho… Ela queria ter DOZE filhos e uma das decisões mais difíceis e tristes da vida dela foi aceitar o conselho médico de sofrer uma histerectomia com apenas 29 anos, por correr perigo de vida com outra gravidez. Acabou podendo criar apenas cinco dos seis filhos aos quais deu a luz.
É verdade que eu percebia muito menos disto do que deveria. Confesso que, enquanto crescia, sempre valorizei mais o meu pai do que a minha mãe. Lembro-me que fiquei surpresa quando minha sogra a elogiou sobremaneira, depois de passarem uns dez dias juntos após o nosso casamento, dizendo que ela era muitíssimo especial—bondosa, meiga, doce, generosa, uma jóia rara, uma santa… Que ela dava graças a Deus por seu filho ter encontrado uma moça com uma mãe assim. Ela não chegou a dizer, mas deve ter imaginado que minha mãe me serviu, e serviria, de exemplo e estímulo. Felizmente, eu ainda tive quinze anos para aprender a valorizá-la mais e demonstrar isto, através de cartas e telefonemas, e nas poucas vezes que pudemos conviver enquanto eu a visitava no Canadá, já com meus próprios filhos pequenos a tiracolo.
Mas estas ponderações já estão ficando compridas. Se fosse um artigo para uma revista, teria que jogar a metade fora, pois permiti-me várias digressões e divagações, perambulando e vagando em torno do tema central, meio perdendo o fio da meada… Vou parar e postar e tentar continuar outra hora, voltando ao esforço de definir as qualidades boas da minha mãe, algumas das quais tornaram-se minhas através do convívio, desde o começo, e outras que ainda estou me esforçando para assimilar.
Feliz Dia das Mães para todos. Se sua mãe ainda estiver viva, dê lhe o presente de especificar por escrito algumas maneiras em que lhe foi bênção. As palavras orais são especiais mas as escritas são preciosas pois podem ser lidas e re-lidas e usadas por Deus para concretizar que a sua vida (ainda que imperfeita) não foi, nem é, em vão.
Betty
Poxa, como é bom ler seus escritos, é um sopro de paz na loucura do dia…
Tô lembrando da minha mãe e do quanto minha percepção sobre ela tem mudado nos últimos anos… o lance de escrever é muito bem sacado, a gente esquece de como isso é bom, gosto de receber cartas mas tenho preguiça de escrevê-las haha
Paz!!!
Guilherme
PS. o link caiu na frase “Já que continuo lendo a série Mitford (ver aqui ou aqui), me identifico diariamente com o relacionamento entre o casal principal—Reverendo Tim e a Cynthia. “
Betty
Foi muito bom ler o que você escreveu sobre sua mãe.Lembrei muito da minha mãe que apezar de não ter nascido em un lar evangélico,soube ,após a sua conversão me orientar e deixar belas recordações.Muito obrigado
Betty,
Como sempre, gosto muito de ler suas crônicas, serve de grande edificação para minha vida, quem dera as moças recem-casadas lessem tambem para ajuda-las na vida conjugal. E a foto tão bonita, nunca tinha visto sua mamãe e hoje a conheci. Deus continue a abençoar sua vida amiga!
Betty, saudades!
muito bom ler sua publicação e poder sentir sua emoção e me emocionar ao pensar em minha mãe que também já partiu. É bom quando o sentimento que surge no coração é o de alegria e paz pelo que vivemos ao lado delas . feliz dia das mães!
Gosto tb. muito das coisas que você escreve e vejo na sua mãe muito da minha que felizmente ainda vive aos seus 93 anos. Que Deus lhe abençoe muito sempre, beijo, Lourdinha.
Parabéns amiga querida,por esta crônica maravilhosa!!!!!!Amei.Vc é D+++!!!.Sua mãe era elegantérrima…..Três gerações,que privilégio!!!!Hoje vc tem também estas três gerações.Glórias a Deus!!!!
O dia das mães é um acontecimento criado pelo ser humano.
Acredito que todos os dias são “dia da Mãe”
Toda mãe tem as melhores intenções de passar sabedoria e bons exemplos.
Minha mãe já é falecida há 34 . Sinto falta dela até hoje.
Sua vida foi muito difícil mas ela sempre procurou enfrentar as dificuldades com força. Ensinou a seus filhos a serem gratos sempre por tudo.
Feliz dia das mães a todas as mães em todos os dias….
Betty, foi gratificante ler a sua história, relembrei muito de minha mãe em muitas passagens. Como já tinha um texto escrito, resolvi compartilhar com vc. Beijos!!!
Minha mãe
Minha Mãe não está mais aqui, há três anos, em uma noite, sem nos avisar “passou para o lado de lá”, mas nos deixou um grande legado – um grande exemplo de vida – vivido com muito dinamismo, otimismo, honestidade e muita dedicação. Viveu apenas 72 anos; entretanto, dizia que estava preparada para morrer, pois seus filhos já estavam criados; o José, que tanto o amava, e seus pais já haviam falecidos; então, já podia partir.
Casou com 16 anos e meu pai, como minha avó dizia, “já era homem feito de seus 30 anos”, quase 14 anos mais velho do que ela. Viveram maravilhosamente bem. O amor dos dois, realmente, era daqueles que podíamos chamar de sentimento recíproco. Eles se amavam. Tratavam um ao outro, com tanto carinho, era de se admirar – “Benzinho pra lá e Benzinho pra cá”, até que a morte os separou.
Moraram mais em fazenda, onde quase tudo era produzido por eles. Tiveram seis filhos (três homens e três mulheres), todos de parto normal; só foi para a cidade, “para rua,” como diziam, quando os filhos já estavam no “ponto de estudarem”. Meu pai era muito trabalhador, ficou na fazenda sozinho, cuidando das coisas e tirando o leite das vacas, rendinha que nos sustentava. Aos finais de semana, minha mãe pegava o caminhão do leiteiro, e ia passar o final de semana com ele, e “dar uma arrumada nas coisas”. Até que em 1993, meu pai faleceu, vítima de um câncer no pâncreas, sofrendo tanto, deixando minha mãe viúva aos 54 anos. Muito nova, ainda, teve vontade de casar de novo, depois de uns 10 anos; dizia que “a solidão era muito ruim”, mas preferiu ficar sozinha, porque teve “medo de tirar a liberdade dos filhos”.
Minha mãe era uma pessoa simples, honesta, verdadeira, bem humorada e prática em tudo que fazia! Não era de “rodear o toco”, se tivesse que falar alguma coisa para alguém, falava. Não era também de “reclamar fácil”, nunca levava problema para filho. Era bem independente. Não “era de frescurinha e nem de adulação”, mas gostava de presentear netos e filhos. Ajudava muito os filhos. Era para os filhos e netos um porto seguro. Se um neto ou uma neta quisesse aprender ou participar de algo, era só falar com ela, ela pagava curso inteiro de computação, piano, bordado, o que quisesse, comprava ou alugava roupa, incentivava o máximo. Fazia o que podia para agradar os filhos e netos. Quando o seu neto mais velho, foi cursar a faculdade de Medicina, em Minas Gerais, pensou em ir morar com ele. Disse “não estou fazendo nada mesmo, posso ir pra lá, para ele não ficar sozinho”.
Era “despachada”. Não tinha muita vaidade, se precisasse sair, estando limpa, cabelo penteado, saia com a roupa e o calçado que estava em casa, se alguém a questionava, ela dizia: “que mal tem isso, eu estando limpa, entro e saio de qualquer lugar”; mas gostava de pintar o seu cabelo e se arrumar para as festas de casamentos/formaturas dos netos ou parentes.
Gostava muito de viajar com suas filhas e com sua irmã. Sempre que viajava, gostava de levar algum presentinho para os netos e bisnetos mais novos.
Não tinha muito estudo. Cursou só até o 4º ano, antigo primário, antes de casar, mas conseguiu ensinar seus três filhos mais velhos, até o 2º ano – antigo primário; mas tinha um letramento de uma pessoa que tivesse concluído o antigo ginásio. Tinha um nível bom!! “Sabia ler e fazer conta como ninguém”. Gostava de aprender. Depois de velha, com 69/ 70 anos, voltou a estudar, não permaneceu porque não tinha o antigo ginásio para 3ª idade, durante o dia; e a noite não queria; então, preferiu não prosseguir, mesmo tendo o maior interesse. Na escola, fez muitos amigos, adorava estudar e frequentar a escola. Era entusiasmada! Parecia uma adolescente! Lá participava de todos os eventos, passeios e festas de quadrilha que a escola realizava.
Tinha um bom relacionamento com todas as pessoas. Sua casa era sempre cheia de gente – parentes, filhos, genros, noras, netos, irmãos, sobrinhos, cunhadas, amigos e “colegas de escola” como ela dizia. Recebia todas as pessoas com a mesma atenção e carinho, não fazia distinção entre essa ou aquela pessoa, “mais bem arrumado ou mais simples”, como ela dizia. No Natal, confraternizava com os filhos e parentes mais próximos. Se algum filho deixava de ir à confraternização, aceitava a sua justificativa sem reclamar, e o desculpava, dizendo: “quem mora em fazenda é assim mesmo.”
Era uma pessoa temente a Deus, sempre que ligava para ela, quando lhe perguntava, se estava só, ela dizia – “Eu e Deus”. Era caridosa! Se alguém pedisse algo, a sua porta, não importava quem, lhe dava pelo menos algo. Frequentava à igreja todos os domingos, quando podia; participava de grupo de orações, terços e novenas. Era Católica, mas não criticava as outras religiões, dizia “o importante é ter uma religião”Deus é o mesmo”. Não esquecia de visitar os doentes, parentes, amigos e conhecidos. Quando um parente adoecia, ela se sensibilizava tanto! Sofria junto.
Passava e tinha uma aura tão verdadeira, tão serena, tão natural! Era amiga dos filhos e de todas as pessoas com quem conviveu. Era otimista. Sentia que tudo podia, mas dentro dos seus limites. Dizia que se sentia milionária. “O que me falta? Nada”. “ A gente para viver não precisa de muita coisa não”! “As pessoas precisam ser mais humildes, isso sim”! O que ela ganhava ou sobrava, dava para os filhos e netos. Não tinha muito apego às coisas.
Era Progressista. Ainda trabalhava, cuidava de toda lida da casa e costurava – fazia lençóis, colchas e consertava roupas. Dizia que “adorava costurar”. Era trabalhadeira e dinâmica. Trabalhava como se tivesse idade para tanto. Depois de velha, aprendeu a fazer quase tudo que aparecia de artesanato. Descobriu, depois de mais idade, que podia ganhar dinheiro. Com certeza, se tivesse descoberto isso mais cedo, teria sido uma pequena ou grande empresária. Sempre dizia: “a gente precisa trabalhar, não pode ficar parado (a) não”. Incentivava as filhas e as netas a trabalharem, aprender a fazer algo para ganhar o seu próprio dinheiro, ser independente, pois, dizia: “é tão bom, poder comprar o que quer”, porque “só o marido sozinho não dá conta não”!
Estava saudável, fazia exames e consultas ao médico regularmente, estava lúcida, disposta; embora, há uma semana, fora acometida de uma gripe muito forte. Mas já, há dois dias, estava bem melhor, e já preparava para fazer o que mais gostava – costurar lençóis de malha.
Contudo, como a morte vem sempre sem nos avisar; numa noite, no final de outubro, passou mal em casa e depois de três dias em uma UTI de um hospital, vítima de um aneurisma cerebral, despediu – se da vida. Repetindo o óbvio. Deixando muita coisa para trás- para começar e terminar. Não levando nada! Como disse uma de suas netas, “não levando nem a fisionomia doce que tinha”. Partiu. Num dia imprevisto! Deixando uma “pia de lençóis para fazer”, sua casa, seus pertences por conta dos filhos. Restando apenas lembranças e saudades, que o tempo, com certeza, não irá apagar.
Assim é o fim da vida. Assim foi um pouco da vida de uma “joia chamada Esmeralda”.
Olá, Nilva:
Que bom que você pode resumir a vida da sua mãe deste modo. Assim, a atual geração, e as próximas, podem se reconhecer ou espelhar nela nas suas vidas. Eu também cresci em fazenda e, assim, me identifico com algumas coisas, apesar de morar em outro país. O interessante é que um dos nossos quatro filhos, nascido e criado em 3 grandes centros urbanos no Brasil (Recife, Manaus e São Paulo), agora mora no Canadá e arrumou emprego numa firma administrando a venda de produtos agrícolas. Está aprendendo a entender e conviver com agricultores de vários níveis e reencontrando as suas raízes. Me disse que gostaria muito de ter podido conversar com meu pai agora. Mas planeja um contato com o tio dele, meu irmão, que ainda trabalha com isto diariamente. Infelizmente, tem uns 2500 km entre eles, ainda que estejam no mesmo país.
E já que estamos falando sobre lembranças sobre nossos pais, segue um link sobre o falecimento do meu pai, baseado numa carta deste filho.
http://www.cronicasdocotidiano.com/?p=319
Abs, Betty
Olha… eu passei aqui pois estava procurando um trabalho para fazer para a faculdade sobre (maes) e não tive como passar sem ler seu artigo e me emocionar, pois também lembrei da minha falecida mãe. Obrigado!!!
Fernanda Linhares – http://fernandalinharesreis.blogspot.com.br/