Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
No início do mês de novembro, acompanhei meu marido a Manaus, para participar de uma conferência. O palestrante principal foi o Pastor Conrad Mbewe de Zâmbia. As suas cinco palestras foram dirigidas principalmente a pastores, com o título, Chamados para a Obra do Senhor. Muito do que ele falou valeu para mim (ainda como leiga), mas duas de suas falas me marcaram especialmente. Uma foi quando ele transmitiu uma perspectiva interessante sobre sermos “pescadores de homens”—que logo depois foi aplicada na minha própria vida (ver link). A outra estava baseada no capítulo 14 de Romanos, especialmente, nos versos 17 e 18.
Tenho certeza que todos vocês já tiveram experiências quando um verso ou uma passagem que viram ou ouviram dezenas de vezes, de repente, cria vida. Eu tomei nota enquanto ouvia naquele dia e, desde então, já reli minhas anotações várias vezes, numa tentativa de retomar a visão transmitida e fazer dela uma parte concreta da minha vida.
Romanos 14.13-18. Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura.
Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida, não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu. Não seja, pois, vituperado o vosso bem.
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens.
Pr. Conrad estava falando aos pastores, sobre que tipo de membros eles deveriam almejar ter nas suas igrejas e como planejar e trabalhar nessa direção. Ele usou as Escrituras para exemplificar que tipo de fruto eles deveriam esperar das pessoas nas suas congregações. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Após fazer uma introdução ao contexto das palavras de Paulo e gastar alguns momentos explicando o que o reino de Deus NÃO É (coisas externas como comida e bebida), ele se empenhou em aclarar o que o reino de Deus É. É justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Foi muito especial para mim ver aquelas três coisas juntas porque, frequentemente, eu aspiro alcançar uma ou outra mas eu raramente penso nelas como sendo interdependentes ou coexistentes. Tem vezes em que nos focamos tanto na justiça (ética, moralidade, perfeição, decência, honestidade, …) que perdemos a paz e a alegria. Tem momentos em que não tomamos posição em nada porque estamos ansiando apenas pela paz. Muitas vezes, não temos alegria porque pensamos nela como sendo possível apenas na ausência de dor, frustração e tristeza.
Entretanto, no reino de Deus, não é assim que deve ser. E a igreja de Deus deve ser composta de pessoas que, mais e mais, evidenciam todas as três características nas suas vidas. Justiça, paz e alegria.
Uma pessoa descrente pode imitar as atitudes e ações externas. Faça isto. Não faça aquilo. Ele ou ela pode até dar a aparência de ter uma ou outra das três qualidades. Entretanto, nunca se encontrará uma pessoa descrente com uma vida justa que esteja em paz com Deus e com seu semelhante e, ao mesmo tempo, cheia de alegria em meio a circunstâncias adversas. Apenas alguém que tenha o Espírito Santo pode ter todas as três. E quando ele ou ela tem estas, conjuntamente—justiça, paz e alegria—então fica bem evidente que o Espírito Santo está trabalhando naquela vida. E quando se tem várias pessoas com estas qualidades, adorando e trabalhando juntos, então se tem uma boa igreja. Uma igreja viva.
E o que acontece então? Aquele que deste modo serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. O nosso serviço a Cristo, percebido através destas três qualidades, agrada não apenas a Deus, mas impressiona favoravelmente aqueles que nos cercam. Pr. Conrad encorajou os pastores lá a pensarem nas suas congregações. Estavam eles olhando apenas as coisas externas? Ou eram capazes de identificar justiça, paz e alegria manifestas conjuntamente nos seus membros? Que passos deveriam tomar para alcançar este alvo?
Tenho gasto estas últimas semanas fazendo um auto-exame e tomando medidas para seguir e demonstrar cada um destes três aspectos no meu dia-a-dia, desde o acordar até o meu deitar. Levantando de manhã e reconhecendo que tenho muitas coisas para agradecer. Que são motivos para sorrir. E então forçando os músculos do meu rosto para mostrar benevolência e alegria àqueles que me cercam… Lendo a minha Bíblia e conversando com Deus, a fonte de toda paz…
Então, quando fiquei pensando sobre o devocional que eu tinha que trazer para uma reunião do conselho deliberativo de uma escola evangélica, enxerguei algo. Percebi que aquilo que aqueles pastores foram encorajados a sonhar para os membros das suas igrejas também é o que devemos almejar para a nossa escola—para nós mesmos como diretores, para os professores e funcionários, e para os nossos alunos. Afinal, além de listar metas acadêmicas e profissionais, a nossa visão declara que lhes estamos instruindo a amar, aprender e viver a fé cristã. Os nossos valores e princípios afirmam que eles devem pensar de modo crítico no contexto de uma cosmovisão bíblica. E a nossa missão adiciona que queremos que eles impactem seu mundo por Cristo.
Portanto, se a nossa meta é de ter uma boa escola, uma excelente escola, então, enquanto planejamos os cursos, atividades e eventos que devem preparar nossos alunos para viver e servir no seu mundo, que sabemos ser o Reino de Deus, vamos parar e verificar de vez em quando se estamos lhes ajudando a tornar-se justos—procurando viver suas vidas em conformidade com os mandamentos de um Deus Santo.
Vamos conferir se eles compreendem o que significa ter paz com Deus, a paz que passa toda a compreensão, e que é da máxima importância serem pacificadores e amantes de paz.
E vamos aferir também se eles estão aprendendo a ter alegria. A alegria que vem de conhecer a Deus e de andar com Ele. Com a capacidade de serem alegres na certeza de serem pecadores perdoados, em poder confiar e descansar num Pai Celestial que é Todo-poderoso e fiel, em saber que o céu os espera.
A melhor maneira de alcançar isto é mostrando como o Espírito Santo está trabalhando em nossas próprias vidas. Podemos ser demonstrações vivas de que é possível seguir a justiça, experimentar a paz e radiar alegria. Tudo ao mesmo tempo. Não perfeitamente, é claro. Mas talvez muito além das metas que temos colocado para nós mesmas e para nosso filhos.
Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Romanos 14.17
(Baseado num devocional para o Conselho Diretivo da Escola PACA—26 de novembro de 2008)
Querida Beth, tudo em paz?
Agradeço por você partilhar este ensinamento conosco.
Foi uma grande bênção para mim, lembrar o quanto Deus tem sido fiel e bom em todos os momentos.
Melhor ainda é saber que Ele sempre está pronto a nos mostrar que é possível recomeçar sempre.
Grande abraço,
Cynthia
Betty,
Eu ainda não tinha conseguido entender essa “alegria”, seu texto foi bas-
tante esclarecedor. Tenho que me “lembrar” sempre disso: alegria, paz
e justiça, juntos, independente das circunstâncias. Ore para que Deus me dê sabedoria. E vou orar para que vc. continue sempre essa benção
em nossas vidas.
Um abraço.
Da sua irmã em Cristo,
Tânia
acaso Espirito Santo não é mais zeloso que nós. Que possamos mirar mais o alvo e cedermos mais a vontade de Deus do que a nossa. Por as nossas boas obras são trapo de imundicia diz o profeta Isaias.
Cordialmente, vosso irmão em Cristo Jesus
Lindomar Lopes da Rocha
Gosto muito deste texto Rom 14,17. Fico feliz ao saber que outros/as cristãos estão meditando sobre ele.
Meu entendimento sobre “nem comida, nem bebida” era de que estas necessidades básicas nem estão em discussão no Reino de Deus. Como acontece na natureza os pássaros e animais etc. têm garantia da comida, bebida, ninho/gruta para morar/dormir etc.
Portanto no Reino de Deus há “comida e bebida” para todos/as.
Nos Atos dos Apóstolos 4, onde o Reino de Deus é levado à prática pelos primeiros cristãos aparecem estes elementos típicos do Reino de Deus:
eram uma só alma e um só coração! punham em comum tudo que possuiam! não havia necessitados entre eles! era grande a alegria e muitos aderiam à esta utópica “Comunidade do Reino de Deus”.
Saudações franciscanas de
frei Alamiro.